José Roberto Guzzo - Jornalista
“O fato é que, de tanto insistirem que os homossexuais devem
ser tratados como uma categoria diferente
de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos, ou como uma espécie ameaçada,
a ser protegida por uma coleção cada vez maior de leis, os patronos da causa
gay tropeçam frequentemente na lógica – e se afastam, com isso, do seu objetivo
central.”
“O primeiro problema sério quando se fala em ‘comunidade
gay’ é que a ‘comunidade gay’ não existe. Como o restante da humanidade, os
homossexuais, antes de qualquer outra coisa, são indivíduos. Têm opiniões,
valores e personalidades diferentes. A tendência a olharem para si mesmos como
uma classe à parte, na verdade, vai na direção exatamente contrária à sua
principal aspiração – a de serem cidadãos idênticos a todos os demais.” “Outra
tentativa de considerar os gays como um grupo de pessoas especiais é a postura
de seus porta-vozes quanto ao problema da violência. Imaginam-se mais vitimados
pelo crime do que o resto da população; já se ouviu falar em ‘holocausto’ para
descrever a sua situação. Pelos últimos números disponíveis, entre 250 e 300
homossexuais foram assassinados em 2010 no Brasil. Mas, num país onde se
cometem 50.000 homicídios por ano, parece claro que o problema não é a violência
contra os gays; é a violência contra todos. Os homossexuais são vítimas de arrastões
em prédios de apartamentos, sofrem sequestros relâmpagos, são assaltados nas ruas
e podem ser mortos com um tiro na cabeça se fizerem o gesto errado na hora do
assalto – exatamente como ocorre a cada dia com os heterossexuais; o drama
real, para todos, está no fato de viverem no Brasil. E as agressões gratuitas
praticadas contra os gays? Não há o menos sinal de que a imensa maioria da
população aprove, e muito menos cometa, esses crimes; são frutos exclusivos da
ação de delinquentes, não da sociedade brasileira.” “Não há proveito algum para
os homossexuais, igualmente, na facilidade cada vez maior com que se utiliza a
palavra ‘homofobia’; em vez de significar apenas a raiva maligna diante dos
homossexuais, como deveria, passou a designar com frequência tudo o que não agrada
a entidades ou militantes da ‘causa gay’. Ainda no mês de junho, na última
Parada Gay de São Paulo, os organizadores disseram que ‘4 milhões’ de pessoas tinham
participado da marcha – já o instituto de pesquisas Datafolha, utilizando técnicas
específicas para esse tipo de medição, apurou que o comparecimento real foi de
270.000 manifestantes, e que apenas 65.000 fizeram o percurso até ao fim. A
Folha de S. Paulo, que publicou a informação, foi chamada de ‘homofóbica’. “Qualquer
artigo na imprensa que critique o homossexualismo é considerado ‘homofóbico’.
Mas se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando
crime algum – a lei, afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de
homossexuais, ou de espinafre, ou seja lá o que for. Na verdade, não obriga ninguém
a gostar de ninguém; apenas exige que todos respeitem os direitos de todos.” “A
mais nociva de todos as exigências, porém, é o esforço para transformar a
‘homofobia’ em crime, conforme se discute atualmente no Congresso. Não há um
único delito contra homossexuais que já não seja punido pela legislação penal
existente hoje no Brasil. Como a invenção de um novo crime poderia aumentar a segurança
dos gays, num país onde 90% dos homicídios nem sequer chegam a ser julgados? A
‘criminalização da homofobia’ é uma postura primitiva do ponto de vista jurídico,
aleijada na lógica e impossível de ser executada na prática.” “Os principais
defensores da ‘criminalização’ já admitiram, por sinal, que pregar contra o homossexualismo
nas igrejas não seria crime, para não baterem de frente com o princípio da
liberdade religiosa. Dizem, apenas, que o delito estaria na promoção do ‘ódio’.
Mas o que seria essa ‘promoção’? E como descrever em lei, claramente, um
sentimento como o ódio?”
FONTE:
J. R. Guzzo - Revista Veja. Edição 2295 (Revista Veja em 14/11/2012)
Deputado Federal Antonio Bulhões do PRB na Câmara dos
Deputados
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